segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dentes

Os dentes são  estruturas implantadas no maxilar e na mandíbula, relacionados à preensão, ao corte e a trituração de alimentos. Alternativamente, os dentes são utilizados por muitos animais como instrumentos de autodefesa ou de ataque. Podem ser classificados:

  • Quanto a forma: homodontes (todos os dentes da boca são iguais) e heterodontes (os dentes na arcada são diferentes e cada um desempenha uma função).
  • Quanto ao número de fileiras dentárias: polifiodontes (várias fileiras de dentes) e difiodontes (duas fileiras de dentes).

  • Quanto à evolução da implantação dentária: pleurodontes (unidos à superfície interna dos maxilares), acrodontes (unidos à superfície óssea dos maxilares tecodontes (implantados nos ossos - alvéolos).
A condição atual dos animais é: tecodonte, heterodonte e difiodonte.
  • Quanto ao crescimento após a erupção: braquiodonte (são dentes curtos e seu crescimento é interrompido após erupção) e hipsodonte (são dentes longos e seu crescimento  é contínuo ao longo da vida). Os equinos possuem os pré-molares, molares e incisivos hipsodontes. Os ruminantes possuem os pré-molares e molares. Já os suínos, possuem apenas os caninos com essa característica.
Nos mamíferos a arcada é divida em: incisivos, caninos, pré-molares e molares.



ANATOMIA DO DENTE
Os dentes de leite e os dentes permanentes são compostos de duas partes: coroa e raiz. Ao redor da coroa temos a gengiva e em volta da raiz o osso alveolar.

Os dentes são formados por quatro camadas: Esmalte, dentina, polpa e cemento. O esmalte é a  camada mais externa da superfície do dente. A dentina é a camada dentária  situada abaixo do esmalte. A polpa é o tecido mole situado no centro do dente, onde se encontram o nervo e os vasos sanguíneos. O cemento é o tecido mineralizado especializado que recobre a superfície da raiz.



ESTIMATIVA DA IDADE EM EQUINOS
A idade aproximada de um equino pode ser avaliada pelos dentes já que este é o indicador de maior precisão.

O atrito entre as arcadas superior e inferior provoca desgaste na mesa dentária (superfície do dente que entra em contato com a arcada oposta) e com o passar do tempo expõe as estruturas internas do dente. Esse desgaste pode ocorrer tambem devido a mecanismos de abrasão (desgaste resulta da ação de subs­tâncias abrasivas durante a mastigação) e mecanismos de erosão (desgaste resulta da ação química de certas substâncias). Estas modificações acontecem em idades bem definidas e provocam alterações na forma e desenho das estruturas que ficam expostas na mesa dentária. Essas alterações podem atrasar dependendo do manejo nutricional (tipo de alimento oferecido) que os animais forem submetidos durante sua vida. Exemplo: os animais criados em baia, com capim picado e ração farelada, mastigam menos os alimentos e portanto, tem menor desgaste dos dentes.




O crescimento e desenvolvimento dos dentes pode ser dividido nos seguintes períodos:

1º Período: Nascimento dos dentes de leite.
  • 7 dias        –          Nascimento das pinças.
  • 30 dias      –          Nascimento dos médios.
  • 6 meses     –          Nascimento dos cantos


 

2º Período: Rasamento dos dentes de leite. O infundíbulo vai sendo desgastado pelo desgaste e compressão dos dentes.
  • 1 ano          –         Rasamento das pinças.
  • 1,5 anos     –         Rasamento dos médios.
  • 2 anos        –         Rasamento dos cantos.


 

3º Período: Troca dos dentes de leite pelos permanentes.
  • 2,5 a 3 anos    –    Troca das pinças.
  • 3,5 a 4 anos    –    Troca dos médios.
  • 4,5 a 5 anos    –    Troca dos cantos.
  • 5 a 5,5 anos    –    Nascimento dos caninos nos machos



4º Período: Rasamento dos dentes definitivos (mesa dentária ovalada).
  • 6 anos        –         Rasamento das pinças.
  • 7 anos        –         Rasamento dos médios (presença da cauda de andorinha)
  • 8 anos        –         Rasamento dos cantos.




 5º Período: Nivelamento dos dentes definitivos (mesa dentária arredondada).
  • 9 anos         –        Nivelamento das pinças.
  • 10 anos       –        Nivelamento dos médios.
  • 11 a 12 anos –      Nivelamento dos cantos.




6º Período: Triangulação (mesa dentária em forma de triângulo equilátero).
  • 13 anos       –        Triangulação das pinças.
  • 14 anos       –        Triangulação dos médios.
  • 15 a 16 anos –      Triangulação dos cantos.



7º Período: Biangulação (mesa dentária em forma de triângulo isósceles).
  • 17 anos       –  Biangulação das pinças.
  • 18 anos       –  Biangulação dos médios.
  • 19 anos       –  Biangulação dos cantos




O desgaste das mesas dentárias dos cantos não é perfeita, deixando a região posterior das mesas dentárias dos cantos superiores sem oposição aos inferiores e, logo, sem desgaste, o que promove o aparecimento da cauda de andorinha. Em geral, a cauda de andorinha não aparece por volta dos 7 aos 10 anos. Depois volta a aparecer dos 14 aos 17 anos, e dos 21 aos 24 anos.
 


O sulco de Galvayne (sulco de coloração escura na face vestibular dos cantos superiores) aparece junto ao bordo gengival por volta dos 10 anos. Aos 15 anos atingiu a metade superior do dente, aos 20 anos o sulco se prolonga por toda a extenção do dente; aos 25 anos se apresenta na metade inferior, e por volta dos 30 anos esse sulco desaparece.  





Em consequência da forma dos dentes incisivos e do seu desgaste, a aparência do perfil de oclusão das arca­das altera-se com o avançar da idade, desde quase ver­tical até mais horizontal.








Abaixo um vídeo com uma breve representação prática da estimativa da idade equina:




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